sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Semana 6 - Cemitério Municipal


E não é só a saúde que esteve “pela hora da morte” nas páginas do JG, o nosso memorável cemitério municipal também já esteve agonizando.

Em 2 de novembro de 1994, a coluna que ilustrava o jornal O Guaíba tinha como manchete “Cemitério Público Municipal enfrenta grandes problemas”. A matéria apresentava os problemas de superlotação do mesmo, por motivos como: a ocupação do terreno para onde seria ampliado o cemitério, por famílias carentes; e por a cidade de Guaíba ter assumido a demanda proveniente de municípios emancipados, como Sertão Santana, Mariana Pimentel, Eldorado do Sul e Pedras Brancas que no momento planejava se emancipar da cidade.

A matéria mostrava uma imagem com a esdrúxula legenda “Área invadida: vivos disputam lugar para morar com mortos” e contava um pouco da história do Cemitério, que em 1964 passou para a responsabilidade do município guaibense, devido às dificuldades financeiras de sua mantenedora a Irmandade Nossa Senhora do Livramento. Segundo o administrador (há mais de 21 anos), Dinarte Ennes, não poderia ser proibido o sepultamento de pessoas vindas de outras localidades, “mas os governos deveriam decidir alternativas, para não sobrecarregar o município, já que é um problema político e não compete a nós decidirmos”.

Estamos em dia de finados, um dia de visitar o cemitério, relembrar os entes queridos, mas de também refletir sobre as condições de nosso cemitério municipal. Se em Guaíba já não há onde se ver um filho nascer, imaginem se não houver onde sepultar um familiar? Além disso, seria justo famílias disputarem lugares com os mortos? Pelo jeito, Guaíba às vezes se mostra complicada para nascer, viver e também para morrer.


Notícia “Cemitério Público Municipal enfrenta grandes problemas”
2 de novembro de 1994 (pág. 4 – reprodução parcial).
Fonte: acervo Jornal O Guaíba – Guaíba/RS.

Nenhum comentário:

Postar um comentário